quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Retrospectiva

#lighting #forest #photography
São tantas incertezas. Tantos desejos. Tantas intempéries. Fiz uma lista do que quero para 2019. Acho que devo, também, fazer uma lista do que quero deixar para trás nesse ano que se vai. Não sei se as simpatias de fim de ano de fato funcionam, mas dizem por aí que a gente atrai o que pensa e vibra. E eu quero ficar longe de toda a negatividade. Quero seguir acreditando em mim. Acreditando que não sou um peso morto. Acreditando que vale à pena continuar lutando. Acreditando que o mundo ainda é um lugar bom para se viver, mesmo com todos os tombos e dores. 

2018 foi um ano de grandes realizações. Grandes sufocos, grandes lutas e conquistas. Mas acima de tudo, 2018 foi um ano de muito aprendizado. Foi um ano de crescimento. Foi tempo de aprender a olhar para minhas imperfeições com mais carinho e cuidado. Tempo de entender que tudo tem seu tempo. Tempo para crescer com os obstáculos e agradecer pela oportunidade de exercitar minha paciência e coragem. Foi ano de ficar sozinha e aprender a apreciar minha própria companhia como nunca antes. Esse tempo sozinha também me fez perceber o quanto preciso dos outros. E às vezes é difícil se perceber vulnerável. É difícil atestar a minha autoinsuficiência. É difícil depender da aprovação de outrem. Este foi um ano de desafiar meus próprios medos e superar limites. Foi ano de me perceber como eu nunca havia percebido. 

A verdade é que cada degrau que a gente sobe representa uma nova fase. Eu nunca imaginei que encararia tão bem a minha ansiedade ao lidar com pessoas ali, na minha frente, esperando de mim determinado conhecimento. Nunca pensei que eu fosse capaz de assumir tantas responsabilidades e dar conta de todas elas. Ainda não tinha parado para me agradecer e me apreciar por cada conquista que obtive. Cada dia em que consegui abrir os olhos e levantar da cama foi uma vitória. E naqueles em que o pesar foi mais forte que eu, tudo bem. Eu não preciso ser forte o tempo inteiro. Eu sou uma mulher incrível. Talvez eu tenha passado muito tempo da minha vida sendo levada a acreditar no contrário. Eu aprendi a me amar. A abraçar aquilo que verdadeiramente sou. Eu aprendi a ter mais fé e paciência. E mesmo em meio aos surtos, tenho tentado aprender a me acolher

A vida é sempre uma montanha russa. Altos e baixos sempre vão existir. Dias ruins também. Mas dias melhores virão. Ainda que nem tudo esteja sob meu controle, sei que sou eu quem controlo as minhas percepções a respeito das coisas que me acontecem. Sei que sou eu a dona de mim; agenciadora de tudo que me afeta. Sei que existe força nessa mulher. Nessa mulher incrível que eu me tornei. Nessa mulher que é luz. Nessa mulher que é equilíbrio, apesar de tudo. Nessa mulher que é uma fortaleza sem tamanho. E ela não precisa que ninguém a valide; ela precisa aprender a se autovalorizar. Ela precisa aprender a dar tempo ao tempo e não ser tão dura consigo mesma. Ela precisa ter mais paciência e olhar para as coisas com mais tranquilidade e leveza. E no tempo certo, ela vai encontrar. Vai encontrar todos os caminhos e direções que passou tanto tempo procurando... 

E ainda que as coisas não saiam da forma como ela planeja, sei que ela vai dar um jeitinho de se reinventar. De se reconstruir. De se reconhecer. Ela que é tantas. Ela, que sou eu. Nós, no meio de tantas vozes, medos, incertezas, anseios, angústias e preocupações. Ela, eu. Que somos potência e ato. Que somos verdade. Que somos luz e sombra. Ser. Por mim. Por ela. Por nós. 

Enfrenta esse mundo que ele é teu, mulher.

domingo, 18 de novembro de 2018

Oração

Têm dias que a gente tenta de tudo. Se mima, veste uma roupa bonita, cuida da pele, do corpo, do cabelo, faz a comida preferida, se deixa comer um doce, ouve uma música para animar... Mas nada parece adiantar. Aquela sensação de vazio insiste em permanecer. Olhar pros lados e se perceber sozinha não é fácil. E não, essa não é mais uma daquelas situações em que você se sente só mesmo rodeado de pessoas. Há momentos em que todos somem. Que você chama e não te ouvem. Que os rostos se viram mesmo sem intenção ou sem perceber. Mas não tem problema. Eu aprendi a lutar sozinha. Eu entendi que a minha força vem de mim, e isso me dá mil e um motivos para seguir. Encontro em mim e nos meus esforços a motivação e o desejo para acordar todos os dias e batalhar por mim e por aquilo que acredito

Ontem, antes de dormir, eu li:

"A perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até o fim do caminho".

Sei que devo continuar acreditando. Sei que existe um Deus que zela por mim. Sei que o universo me cuida e me proporciona a vivência daquilo que preciso para seguir em evolução. Aprendi a ter paciência com o tempo, comigo e com o meu processo de crescimento e amadurecimento. Aprendi a ser grata por todas as pequenas coisas e a ver beleza ainda que nas sombras. 

Sou luz. Não me deixarei apagar.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Ser-luz

Tenho me sentido melhor ao longo dos dias. Tenho dado conta do recado. A paz se apossou de mim e espero que ela resolva ficar. A escuridão existe, não posso negá-la. Mas tenho aprendido a viver com ela em meio às sombras e dias iluminados. Não sei exatamente como cheguei até aqui. A montanha-russa da vida me trouxe. E entre os altos e baixos, tenho tentado me encontrar. Me entender. Me perguntar e me responder. Tenho tentado ser paciente comigo mesma, com a minha evolução. Sei que as coisas levam tempo. Sei que viver um dia de cada vez é uma das formas de lidar com toda a ansiedade e antecipação. Sei que apreciar a minha própria companhia é um dos jeitos de não me sentir tão sozinha. Sei também que tenho tido anjos ao meu lado - sejam eles físicos ou espirituais -, me auxiliando e me observando. Sei que posso superar obstáculos, principalmente aqueles que eu mesma me impus. Sei que posso vencer meus medos. Sei que cada passo nessa jornada tem me fortalecido e me tornado uma pessoa melhor. Mais atenta, mais humana. Mais corajosa. Às vezes mais introspectiva e reflexiva. Às vezes faladeira demais. Tenho tentado tomar o cuidado de falar apenas quando solicitada, pois muitas vezes as palavras machucam. Mas a vida é isso: não temos a obrigação de acertar sempre. É nosso direito cometer falhas. Contudo, cabe a nós reavaliar nossas ações e mudá-las se preciso for. Cabe a nós, à nossa consciência, estabelecer o que tem feito bem e mal, para nós e para os outros. É nosso papel saber identificar aquilo que nos traz crescimento e aquilo que nos atrasa. E sempre podemos tentar de novo, sempre podemos aprender com nossas próprias limitações.

Vai lá. Tenta mais uma vez. Se cobra menos. Se entende mais. Tenha mais paciência com o seu tempo. Tenha mais cuidado com a sua própria evolução. Procure se cercar de pessoas e energias boas. Jogue fora velhos hábitos e rotinas que te fazem mal. Abra as cortinas para que a luz faça parte dos seus dias. Para que o vento sopre, fresco, renovando os ares e energias. Sinta a natureza. Contemple. Agradeça. Alimente a sua alma e o seu coração. Não os deixe padecer no ódio, rancor, tristeza, amargura, ressentimento. Peça ajuda se julgar necessário. Não se esconda pelo medo. Não deixe que suas limitações te definam. Você é maior e mais forte do que pode imaginar. Vamos juntos. Vamos com calma, paciência, amor, cuidado, perdão. Vamos estabelecer pequenas metas atingíveis. Vamos elencar prioridades. Vamos agradecer pelas surpresas e desafios da vida. Tudo que vem, vem para o bem. Tudo que nos acontece nos promove movimento e aprendizado. Não seja água parada, não seja inércia. Seja mudança e prosperidade. Seja luz. Guie-se nos caminhos dos seus próprios sonhos. Você consegue. Eu consigo. Nós conseguimos. Lutaremos juntos. 

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Aión

O tempo corre demais. Horas, dias e meses voam. Muito pode mudar em um ano. 

Quando eu olho para trás e penso onde eu estava há 365 dias... Vivendo um turbilhão. Cheia de incertezas. Almejando grandes sonhos. Estabelecendo planos. Permitindo-me mudar. Experienciando recomeços e novidades. 

Hoje cá estou. Vivendo sonhos... Descobrindo novos prazeres. Realizando planos. Almejando novos objetivos. Entendendo que cada coisa tem sua hora determinada de acontecer. Que não adianta ter pressa de chegar. Que eu sou capaz de vencer meus próprios medos e obstáculos se eu tiver paciência e confiança. O relógio não vai parar, mas também não correrá sem mim.

O tempo cronológico segue o tempo aiônico. Andam unidos, entrelaçando-se. Aión é intensidade. É sagrado e eterno. Não se mede. Cronos é correria, mensuração, científico. Percebo que não quero estar presa unicamente a nenhum deles; mas poder viajar por ambos. Ser interseção. Equilíbrio. Não preciso me fechar numa caixa. Não preciso fazer sentido para ninguém além de mim.

Recebo olhares; uns, de susto. Outros, admiração. Olhos curiosos que tentam ler um manuscrito que nem eu ainda decifrei. Ou terminei. Sigo me escrevendo entre acertos e linhas tortas. Sigo por várias estradas e sei que sou dona do meu próprio caminho. Quero poder estar confortável com quem sou, me sentir em casa no meu próprio templo. Eu. Sei que esta é uma das experiências mais empoderadoras e libertadoras existentes.

Quero poder me amar um pouquinho mais a cada dia, mesmo que em alguns deles em odeie minhas sombras e dores. Quero poder reconhecer-me grata pelo meu trajeto, pela minha história e lutas. Quero agradecer pelos meus tropeços e cicatrizes. Sei que sou forte e vencedora. Sei que a coragem habita em mim. Sei que tenho muito para oferecer para mim e para os outros, e tento dar o meu melhor sempre, na medida do possível.

Sei ser poesia, sei ser narrativa, sei ser silêncio, sei ser dor. Sei ser chuva, sei ser rio que corre, sei ser sol, ventania, sei ser topo da paz. Sei contemplar o belo e apreciar a natureza. Sei ser. Sei viver. Sei dar tempo ao tempo. Sei respeitar a criança que existe em mim.

E o que eu ainda não sei, ah... Isso a viagem há de me ensinar.  

domingo, 9 de setembro de 2018

Mantra


Tá tudo bem errar, se sentir meio perdido. Tudo bem ter dias ruins. Tudo bem não ser perfeito, afinal, quem determinou o que é perfeição? Tudo bem fazer o que é melhor para você, ao invés de simplesmente tentar agradar os outros ou atender a expectativas que não são suas. Tá tudo bem ser você mesmo. Você é seu templo, sua própria casa, e você precisa ser cuidado. Você precisa se sentir amado, perdoado, valorizado, reconhecido. Amor próprio não é egoísmo, nunca foi. Amor próprio é zelo consigo mesmo. Você é a sua companhia mais próxima e para a vida inteira. Você é dono dos seus atos e de suas consequências. Só você tem o poder de retomar as rédeas da própria vida para guiá-la da maneira que achar conveniente. Por isso cante, beba, ria, chore, dance, gargalhe, grite, lute por aquilo que acredita. Alcance voos mais altos. Acredite em seu próprio potencial. Se perdoe pelos erros e se permita aprender com eles. Se dê novas chances. Abrace sua verdadeira identidade. Ame a sua individualidade e autenticidade. Ninguém fará isso por você melhor do que você mesmo. Entenda que as coisas nem sempre acontecem da forma que a gente planeja; entenda que as coisas têm seu tempo certo para acontecer, mas não podemos ficar parados.

Se permita viver novos dias, novas experiências e novas descobertas. É verdade que se abrir para novos desafios sempre nos traz algumas angústias e temores, mas também nos possibilita viver novas histórias. Cada caminho que escolhermos sempre será permeado por novas dúvidas, talvez até por velhas inseguranças. Mas sempre dê espaço para a renovação de força e da fé. Para o reconhecimento da coragem. Novas surpresas sempre podem trazer consigo novas quedas, mas também novos encantamentos. Nunca deixar de acreditar nos desejos que se tem. Na potência de ser. Novas verdades sempre vêm à tona, mas eu almejo que o respeito e a admiração por quem sou nunca deixem de estar presentes. Pois tenho ciência de que toda essa jornada tem me trazido crescimento, maturidade e compreensão de quem sou e da minha própria história.

Mudança interna. Anseio de ser maior e melhor, por mim e para mim.

Nunca deixar de ser grato e sentir prazer por ser quem se é. Sempre apreciar a delícia de viver a vida que se vive e aceitar seus percalços e glórias.  

Juramentos

Sinto a sua falta todos os dias. Sinto falta do teu cheiro bom que fica pela casa, sinto falta de roubar teu cobertor à noite, sinto falta do teu riso fácil, do teu colo, cafuné, e do teu jeito simples de me fazer sorrir. Sinto falta de acordar com beijinhos, sinto falta de tomar café, almoçar e jantar juntos. Sinto falta das nossas séries, filmes e gargalhadas. Sinto falta do abraço e do aconchego. Te juro que eu sinto falta até das brigas; todos aqueles desentendimentos bobos que nos fazem fechar a cara por segundos e depois nos amar ainda mais. Eu sinto falta da tua voz, sinto falta da tua bagunça que se mistura com a minha. Sinto falta de ficar tão colada em ti até nos tornarmos um só. Eu sinto falta da nossa rotina maluca, que é tudo que eu mais quero ter. E eu desejo, de todo o meu coração, que essas despedidas finalmente acabem. Porque é assim toda vez que você se vai: me faço de durona, retomo minhas atividades, tento focar o pensamento em algum lugar que não seja você... Mas a verdade é que toda noite quando eu coloco a cabeça no travesseiro, é teu cheiro que eu sinto. É teu gosto que vem na minha boca. E é meu corpo que sente a falta do teu. E eu simplesmente não posso negar: depois de tanto tempo, as lágrimas ainda caem. Depois de tanto tempo, o coração ainda fica apertadinho de saudade. E eu sigo quietinha, chorando baixinho emaranhada em nossos lençóis, desejando que as despedidas tenham fim, e que nosso próximo reencontro chegue logo... Sigo com o pensamento em ti, nos nossos planos, desejos e sonhos. Sigo lutando por nós e fazendo os juramentos mais deliciosos de serem cumpridos. Te amo demais e prometo nunca desistir de nós.

domingo, 15 de julho de 2018

Catatonia


Vencer sem riscos é triunfar sem glória - Pierre CorneilleÉ uma mistura tão grande de sentimentos. A falta de ar, o nó na garganta, o aperto no peito. As entranhas revirando. O misto de pensamentos e sensações que me fazem pensar que vou enlouquecer a qualquer momento. 

A necessidade de fazer tantas coisas ao mesmo tempo que na maioria das vezes simplesmente me paralisa. O desejo de ser reconhecida pelos outros quando na verdade eu só preciso do meu próprio reconhecimento. Do meu próprio cuidado. Do meu próprio perdão.

A dificuldade de falar sobre o que sinto vem pesando. É como aquela nuvem escura de chuva que insiste em não precipitar e vai virando tempestade acumulada. O medo de não ser compreendida ou legitimada. A vergonha. A culpa por me sentir assim. A sensação de que tenho feito pouco, por mim e pelos outros. A falta de vontade, de fome, de sono. Ou o excesso de todos eles de modo que me fazem sentir em um episódio maníaco. Saber demais às vezes machuca.

E as atividades diárias seguem, arrastadas. As obrigações e responsabilidades continuam e tenho que cumpri-las.

Há algum tempo não consigo falar sobre mim. Tenho tentado ser eu da melhor forma que posso. Às vezes o caminho é mais simples; às vezes as máscaras são mais confortáveis de se vestir. Às vezes finjo tão bem que até acredito. Mas é quando me pego pensando que sinto o vazio. A apatia. A agonia do não ser. Do não estar. Do não querer. É difícil estar nesse lugar novamente. É como se o chão se abrisse sob meus pés. É como estar em um quarto escuro onde não entra luz. 

É uma catatonia que vira a minha vida de cabeça para baixo e ninguém além de mim consegue ver.

sábado, 26 de maio de 2018

Força

Como a gente faz pra não surtar? Como a gente faz pra não se ver no fundo do poço outra vez? Como a gente faz pra calar esse sentimento ruim? Essa raiva que queima no peito. Que insiste em pulsar, gritar, rasgar tudo dentro de nós. Que te faz questionar seu próprio valor. Como a gente faz pra não engasgar nos próprios medos? Nas verdades não ditas? Nas inseguranças? Como a gente faz pra não se perder nas sombras?

A gente se ama mais. Se perdoa. Aprende a superar as adversidades. Luta por si mesmo. Respeita o próprio tempo. Vive o próprio luto. Chora o que tem de chorar. Pensa mais. Pensa com carinho. Se entrega mais. Se entende mais. Deseja o melhor da vida. Pois compreende que não há ponto em ir embora; só há dor. Entende que quer ficar. Precisa ficar. Percebe que não precisa ter tanto medo de tudo, pois há sempre luz. Há sempre mão pra socorrer, abraço, ouvido, calmaria. Mesmo que às vezes as coisas não aconteçam exatamente como a gente deseja. Mesmo que talvez ninguém perceba o seu pedido de ajuda. Existem motivos pra continuar. Existem novos dias, novas oportunidades. Existe força e coragem. Existe amor. Existe uma parte de você que deseja paz. Uma paz que nem sempre é contínua. Mas a gente passa a entender que é tudo um ciclo. Que o caos é necessário para que haja mudança. Que algumas pesos precisam ficar para trás. Que algumas relações e pessoas vão mudar, e tá tudo bem. Que não existem arco-íris sem as tempestades. Que nenhum esforço é em vão. Que cada um tem o seu próprio jeito de viver e o momento adequado de ter consciência. Que nenhum fardo é maior do que o que se possa carregar. 

Vale à pena tentar novamente. Sempre vai valer. Sempre existe uma nova possibilidade de tudo dar certo. Sempre existe esperança, mesmo quando tudo parece perdido. Os dias ruins sempre passam. Às vezes, os bons também. Mas não precisamos ter pressa. Temos tempo para seguir. Temos tempo para sermos quem somos e aprendermos com nossos erros. Temos tempo para sermos sábios e começarmos a enxergar a luz em nós. Temos tempo para mudar. Evoluir. Nos aceitar. Temos tempo para abraçar a nossa verdade e não temê-la. 

Somos fortes. Seguimos. Sobrevivemos. Resistimos.

domingo, 22 de abril de 2018

Experiências

Tudo que faço, vejo e percebo só me mostram o quanto a vida é linda. Tudo que me cerca, tudo que experiencio: beleza. Todas as mínimas escolhas que faço: certeiras. E digo isto não porque tudo é perfeito; é exatamente o contrário. Digo isso porque aprendi a dar novos significados aos pequenos detalhes. Digo isso porque tento enxergar nos obstáculos um motivo para continuar lutando. Porque aos poucos tenho aprendido a enfrentar as adversidades tentando me abrir para as possibilidades que elas desencadeiam. 

É sobre ver o melhor nas coisas; é sobre se permitir ser melhor. E, ao mesmo tempo, se permitir ser apenas você, ainda que imperfeito. Entender sua própria tristeza e suas limitações e aceitá-las. Entender que somos seres falhos, que temos nossas sombras e inseguranças, mas isso não nos torna piores ou inferiores; apenas singulares. E plurais, robustos, complexos, diversos, cheios de nuances. Cheios de desejos e potencialidades

Somos quem somos e cabe única e exclusivamente a nós nos amarmos e nos aceitarmos incondicionalmente. Cabe a nós o perdão e o respeito a nós mesmos. Cabe a nós encontrarmos nossa própria paz, para que então possamos enfrentar o mundo. Não sem medo, não 100% seguros... Mas confiantes. Confiantes num amanhã melhor, confiantes em nossas lutas e reivindicações. Abastecidos pelo nosso próprio empoderamento. Acompanhados por forças internas e externas que se somam a nós. Entrelaçados por histórias, memórias e novidades. Dias ensolarados, nublados e tempestades. Presenteados e vencedores, ainda que tão humanos e pequenos. Iluminados e cheios de garra, ainda que por vezes nos falte impulso. Motivados a conquistar objetivos e alçar altos voos. Encorajados a acreditar cada dia mais um pouco em nós: protagonistas de nossas próprias histórias

terça-feira, 17 de abril de 2018

Inércia

A inércia, de acordo com a sua definição química, pode ser entendida como a propriedade de uma substância de não reagir em contato com a outra. E é exatamente assim que eu me sinto longe de você. Sinto como se nenhum estímulo fosse suficiente para me fazer sair do lugar. Resisto a qualquer coisa que me mude a posição. Sinto como se tudo fosse vácuo; absoluto vazio. Espaço que queria que fosse ocupado por ti.

É muito louca essa sensação de mesmo depois de tanto tempo, continuar te redescobrindo e conhecendo novos jeitos de te amar e te desejar. Te respeitar e te entender. Te virar do avesso. Te tirar do sério. Te arrancar sorrisos sinceros e largas gargalhadas. Aprender contigo. Cada novo dia é um novo desafio. Uma nova saudade. Um novo modo de te conquistar. Um novo caminho para chegar até ti. Me conforta saber que cada dia que passamos longe é uma batalha vencida. Me conforta saber que somos um do outro, mesmo sem querer. 

Sou tua há tanto tempo. Sou tua antes mesmo de ser. E me sinto, a cada novo dia, cada vez mais tua. Mas também cada vez mais minha, pois hoje consigo respeitar que mesmo sendo um, cada um de nós tem seu próprio espaço. Hoje consigo entender que mesmo sendo um, somos dois. Mesmo sendo plural, somos também singular. Mesmo sendo tão opostos, somos, no mesmo instante, convergência. Dirigimo-nos para um ponto comum. Seguimos o mesmo norte. Somos a mesma estrada. Torta, sinuosa, pedregosa, mas que nunca falha. 

Me encanta saber que, mesmo com tantos dias nublados, nunca deixamos de ser sol. Mesmo com algumas nuances acinzentadas, ainda sabemos ser cor. Mesmo tão egoístas, ainda sabemos ser escuta, empatia e abraço. Mesmo sendo dois polos opostos, ainda nos encontramos no mesmo ponto do mapa.

Obrigada por ser sempre tão meu, em tudo. Obrigada por não desistir de nós. Obrigada por ser meu par. Meu dengo. Minha preciosidade. Meu pacotinho de amor. Obrigada por me ensinar sempre sobre o quanto nossas divergências e contradições nos colocam em movimento e nos transformam no nosso melhor, juntos. Obrigada pela paciência e por permanecer sendo a âncora desse amor.

terça-feira, 20 de março de 2018

Confissões

C o f f e e                                                                                                                                                                                 Mais
Às vezes eu penso que estou pronta pra deixar a terapia de lado. Mas às vezes ainda me sinto muito vulnerável e sozinha. Na maioria das vezes me sinto grata, autossuficiente e plena. A verdade é que nunca estive tão bem em toda a minha vida. Mas, ao mesmo tempo, sinto-me miseravelmente sozinha e medíocre. Não quero precisar dos outros. Não quero depender de ninguém além de mim. Mas ainda dói saber que não sou o centro do universo. Ainda dói saber que tantas coisas independem de mim. Dói não ser prioridade, mesmo entendendo que nada além de mim é uma prioridade minha. Continua sendo esquisito ser eu, mesmo depois de tanto progresso. Continuo sendo a mesma garota com medo e perdida de sempre. Mesmo que hoje tão mais madura e decidida. Mesmo que tão mais empoderada e dona de mim. Ainda sozinha. Ainda criança. Ainda carente. Ainda sem rumo. Ainda vivendo de resquícios de um passado que tenta relembrar como carinho e amizade. Ainda controladora, egoísta e ciumenta. Ainda não adulta. Mesmo que as cores extravagantes não combinem mais. Mesmo que tenha habilidade para dirigir vários carros. Mesmo com um diploma na mão. A mesma sonhadora e ingênua - que se disfarça de forte. A mesma menina que queria conquistar o mundo. A garota que antes não ouvia os outros... E hoje vive da opinião alheia. A extroversão que virou insegurança. A autonomia que deu lugar à dúvida e ao medo. Ainda sigo tentando entender onde me perdi. Onde me encontrei. Buscando onde me desligar de tantos receios que já não combinam mais comigo...  

quinta-feira, 15 de março de 2018

Pertencimento

Vir a este lugar é estar rodeada por uma atmosfera de um imenso amor. Estar aqui é sentir plenitude, gratidão, paz. É pertencimento. É olhar para as paredes desta casa e saber que aqui escrevi um pedaço da minha história. É ser inundada por lembranças e sentimentos a cada passo que dou. É reconhecer detalhes novos e perceber minúcias antigas que já não mais aqui estão. É sentir-me saudosa com as memórias, é sorrir com o sorriso dela, para sempre o meu anjo. É ser mimada e adorada, com muito carinho, amor, comidas e doces. É passear pelo mato e me sentir muito muito feliz por cada pedacinho da minha vida que me remete a esse lugar. É caminhar pelas flores e desejar bom dia para a natureza; é observar o céu e agradecer por tudo ser incrivelmente tão bom. Aqui eu vivi a minha infância e fiz grandes amigos; aqui em me refugiei na minha adolescência e aprontei as mais doces - e algumas dolorosas - aventuras; aqui é onde hoje, mesmo me sentindo um tanto quanto deslocada em relação ao mundo exterior, ainda me sinto em casa. Aqui é onde criei raízes, onde reguei tantos sentimentos bons... Aqui é onde colho o amor que construí, dia após dia, em tantas e tantas férias, ano após ano, apenas observando a sua forma de amar.

Tenho muito orgulho de pertencer a este lugar, de certa forma. Tenho muito orgulho das relações que construí e mantenho até hoje. Tenho orgulho de ser filha de quem sou e pertencer à família a que pertenço. Tenho orgulho dos valores e dos ensinamentos que me foram passados ao longo de todo esse tempo. E me aquece o coração saber que, em qualquer que seja a circunstância, eu sempre poderei voltar para este lugar. Eu sempre encontrarei carinho e acolhida. Eu sempre encontrarei braços e abraços dispostos a me acalentar. Eu sempre encontrarei cuidado e compreensão. E por tudo isto, sou muito grata. Quero continuar, ao longo de minha história, ainda tão curta, poder fazer valer os ensinamentos que me foram passados pelas minhas referências de vida. Quero poder seguir fazendo o bem, pois este foi o maior aprendizado que tive com todos vocês. Quero seguir sentindo paz, sentindo-me plena, e podendo espalhar coisas boas por onde for. 

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Gentileza

☾☼ x o n e a x o ☼☽

Às vezes é difícil lidar com as minhas próprias cobranças. Às vezes é difícil lidar com o autojulgamento. Às vezes é difícil controlar meus tantos medos e monstros. Às vezes é doloroso sair da luz para enxergar minhas sombras. Às vezes é difícil não seguir padrões sociais e culturalmente impostos que estão tão enraizados que já fazem parte de nós. É difícil repensar, reavaliar, desconstruir para, então, reconstruir.

Tem sido um caminho turbulento e sinuoso, com muitos altos e baixos. Por vezes lento. Tem sido uma estrada árdua, permeada por incertezas e inseguranças. Mas é um caminho necessário. Um caminho de autoconhecimento, autoconsciência, autoavaliação. Um caminho de reflexão em seu sentido mais literal: olhar para o espelho e enxergar nele o reflexo daquela que sou. Nua, despida, exposta, vulnerável, frágil. Sem máscaras e amarras. 

Essa sabedoria e essa consciência de si por vezes pesam. Às vezes estou tão consciente dos meus temores e falhas que simplesmente penso que não posso ultrapassá-los. Às vezes estou tão fortemente ligada a um discurso que vem de fora que esqueço de prestar atenção àquilo que vem de dentro. Às vezes estou tão cega por tantas luzes que penso que não posso ser escuridão. Mas posso. Todos temos nossos dias ruins, e não há mal nenhum em admitir isso.

É costumeiro que apenas compartilhemos aquilo que apraz; aquilo que é belo e esperado. Ninguém deseja ver a dor ou os pesos que temos de carregar diariamente. E é justamente por isso que sofremos tanto tentando buscar uma perfeição que é inatingível. Tentando viver uma vida que não é nossa. Tentando superar metas e objetivos que não nos dizem respeito. 

Não é difícil se querer bem; mas é um exercício diário de construção de amor e respeito próprio. É um exercício diário de se desligar das amarras que te fazem crer que você não é bom o suficiente. E são nesses momentos, em que me sinto a mais medíocre das criaturas, que consigo vislumbrar o quanto tenho crescido e o tamanho da gratidão que sinto.

É tudo aprendizado. Um dia após o outro. Conquistas e derrotas. Lições que nos são dadas ainda que não percebamos. Há sempre a oportunidade de observar a beleza que nos rodeia. Existe sempre um pequeno detalhe que pode trazer grande contentamento e anseia por ser notado. Há sempre a possibilidade de ser gentil consigo mesmo, com suas sombras e dores. Pois este é quem você é. Todos somos. Todos temos pensamentos ruins, dias cinzas, histórias sobre nós que nunca gostaríamos que ninguém soubesse. E está tudo bem. Tá tudo bem sentir medo, tudo bem sentir-se sozinho; mas não devemos nunca nos esquecer do quão grande somos e da força que temos. Ninguém além de nós é capaz de compreender a plenitude que é morar em nossa própria casa.

Ninguém lutou suas batalhas mais do que você. Ninguém, além de si mesmo, tem propriedade para ser o herói da sua história.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Sobre a dádiva de agradecer

Cada experiência ruim e desafiadora que vivemos é uma oportunidade para exercitar a gratidão. Cada obstáculo que vencemos, cada pedra no meio do caminho, cada tristeza, cada mágoa, cada dor; é tudo aprendizado. Vivemos buscando, perseguindo, correndo atrás de um objetivo, de um ideal, que às vezes nem sabemos ao certo o que é. Sonhamos com uma vida perfeita, com a hora certa, com um momento especial que talvez nunca chegue. Tudo que temos é o hoje, o aqui e o agora; então por que não vivê-los? 

Existem momentos em nossas vidas em que nós nos sentimos extremamente gratos por tudo que alcançamos. Mas, inexplicavelmente, aquela sensação de vazio, de nunca alcançar o que se espera, insiste em perdurar. Talvez todas as dúvidas venham para nos mostrar o quanto algumas coisas são certas. Ou talvez, mesmo incertas, por que buscar tanta certeza? Na verdade, a única certeza que eu tenho ao chegar ao final do dia é o quanto me sinto grata. Grata pelas minhas conquistas, pelo meu autoconhecimento, pelas pessoas que me rodeiam, pela paz que me cerca. Grata por viver, por ter forças para continuar lutando, existindo. Grata por não desistir.

Ouvi dizer por aí que a gratidão faz bem à saúde. Quanto à isso, ainda não estou tão certa. Mas o que eu sei é que eu não quero deixar de me sentir assim. Eu não quero perder a minha visão otimista em relação à vida. Não quero perder a alegria que é meu combustível diário. Não quero deixar de reconhecer as pequenas belezas. Não quero perder a minha motivação, não quero ser movida pela tristeza. Quero ser movida pelo amor, pela vontade de mudar, de crescer, de conhecer coisas novas, de ajudar aos outros. Quero que a natureza e a gratidão sejam meus combustíveis para continuar lutando, mesmo nos dias mais difíceis. Mesmo nos cenários mais escuros. Mesmo quando não houver luz. Quero seguir sendo grata pela oportunidade de poder continuar tentando.