domingo, 17 de julho de 2022

Sobre novos caminhos e perspectivas

Minha história tem vários capítulos.

Vários lugares, várias pessoas, vários recomeços. Muita coragem.

A verdade é que ninguém nunca entende cem por cento de nós. A verdade é que nunca conhecemos completamente a verdade do outro.

É simples presumir; achar que entendeu. Achar que o tempo de convivência, os tantos anos, nos dizem alguma coisa.

Estamos todos em metamorfose. Às vezes estamos nos mesmos lugares, às vezes não.

Nós somos lidos com os olhos dos outros. Nunca com os nossos. Nós somos lidos pelas experiências de outrem.

Às vezes quem já esteve no mesmo lugar em algum momento, hoje já não está mais.

Não quero ser uma cristalização. Não quero que me leiam como eu fui, mas como quem sou. 

Não quero que me diminuam, que me repitam, que me prendam numa memória, que me fechem numa caixa.

Quero ser livre para mudar, mas também para permanecer. Quero me responsabilizar, mas preciso que também se responsabilizem.

Quero recomeçar, mas, para isso, preciso ter espaço para germinar e crescer.

Quero tudo. Quero tanto. Quero casa. Quero colo. Quero acolhimento e compreensão.

Ao mesmo tempo, amo quem me tornei. Amo a independência genuína. Hoje eu sei de verdade o que é morar em mim. Amo de verdade a minha história, com todas as suas reviravoltas. Bonitas e duras.