terça-feira, 10 de março de 2015

Diário

Todo dia acordo às oito. Permito-me um tempinho de nada pós-sono; e tento vestir sempre o meu melhor sorriso. Com o tempo, fui entendendo que estar bem depende da gente, e nada como levantar com o pé direito para começar o dia com louvor. Às vezes – quase sempre – a preguiça toma conta, e faço tudo a passos lentos. Passo o olho nas notícias, como, leio... Já me habituei ao dia-a-dia. Nem sempre é fácil vestir-me com esse sorriso. Por vezes o coração fica pesado e, ao mesmo tempo, pequenininho e apertadinho no peito. Mas eu sei que passa. Toda angústia passa. Ainda mais se a gente tiver a capacidade de acreditar que o que vem será melhor. Vale à pena ser feliz. Vale à pena demais! Preciso dizer que é uma das melhores sensações do mundo. E diferente do que pregam, esse tão falado e curioso bichinho da felicidade não é tão difícil de se achar. Estar em paz consigo mesmo é apenas questão de tempo. Depois de tanto cair e de nada fazer sentido, a gente aos poucos percebe que vai aprendendo a levantar e, a cada dia, temos mais orgulho de termos nos levantado sozinhos. Depois dos tombos, a gente se ergue devagarzinho, olha pros lados, bate a poeira e ergue a cabeça. A gente se olha no espelho, e o que outrora era amargura e tristeza, hoje se reflete na beleza de um olhar tranquilo e na sinceridade de um sorriso. Muitos dizem que a rotina cansa, que é monótona... Mas, para mim, a estabilidade é incrível. E mesmo sem querer, a vida cotidiana se mostra como uma aventura sem fim, cheia de pequenos mistérios a serem desvendados e singelas conquistas a serem feitas. No final do dia, a sensação do dever cumprido é gratificante. O peso que antes carregávamos arduamente nas costas vai se desfazendo, pouco a pouco. Os pequenos detalhes passam a importar mais. A incerteza que antigamente assustava dá lugar a uma certeza leve, ingênua, despretensiosa. A intenção de ser sempre, ser livre, ser algo. Buscar um lugar só meu nunca foi tão simples. Sinto-me realizada de uma maneira que nunca imaginei poder estar. E a melhor parte disso tudo é que devo isso a mim. À minha vontade, meus esforços, minhas escolhas. Agradeço sempre por eu ter me permitido cada segundo. E ainda bem que cheguei até aqui, ainda bem que vivi todos os momentos, todos os tropeços, para, enfim, começar a chegar perto do que desejei para mim.