quarta-feira, 29 de maio de 2019

Pausa

Às vezes a vida precisa de pausa.
De reflexão.
Às vezes a gente precisa de ar.
Parece óbvio dizer, já que é o que nos mantêm vivos.
Mas por vezes funcionamos de modo tão automático que nos esquecemos daquilo que realmente nos nutre e nos move.
O amor.
Perdemos tanto tempo com coisas banais.
Julgamentos, mágoas e reclamações.
Nós não temos controle de todas as coisas à nossa volta, é verdade.
Mas por vezes simples atitudes podem mudar nossos dias.
Escolha ser feliz.
Escolha ser mais empático.
Escolha sorrir mais e reclamar menos.
Escolha o perdão e a polidez.
Escolha o sorriso, o respeito e o amor.
Sei que alguns dias são mais difíceis.
Sei que em alguns momentos as lágrimas virão.
Sei que as lutas e esforços individuais são diferentes, e nenhum deles é menor.
Mas sei também que quando a gente escolhe ser grato e ver o lado positivo da vida, as coisas mudam para melhor.
Cada coisa tem seu tempo.
Cada evento que nos acontece tem um motivo e nos traz uma lição.
Se por acaso você estiver tendo um dia ruim, ou um momento ruim, eu sinto muito, de verdade.
E desejo que você encontre conforto e luz.
Desejo que encontre paz e coragem.
Que seja forte e resiliente para enfrentar aquilo que te aflige.
Que respeite seus limites e que tenha paciência e resignação.
Não desista.
Você não está só.

sábado, 4 de maio de 2019

Equilíbrio

De onde vem? De onde vem o medo? De onde vem a insegurança? De onde vem a necessidade de ser reconhecida e amada? De onde vem o desejo de que outros para além de mim me valorizem? De onde vem tanta expectativa? De onde vem a necessidade de agradar?

Esses são alguns dos questionamentos que têm me assolado ao longo dos anos. De certa forma, eles já fazem parte de mim. Mas, ainda que eu os carregue na minha bagagem por tanto tempo, nem sempre tenho sido autoconsciente deles. Nem sempre percebo o peso e o cansaço que eles me causam. Nem sempre entendo como eles se retroalimentam.

Sim, a autoconsciência faz parte de mim. E às vezes ela dilacera, machuca. Às vezes me cansa olhar para dentro de mim com olhos tão ávidos de certezas, justamente porque não as tenho. Confesso que na maioria das vezes eu mesma é quem me cobro de ser perfeita todos os dias. Passei boa parte da minha vida tentando atribuir esse papel a outrem: minha mãe, minha família, meus amigos, namorados, professores. E a verdade é que eu tenho introjetado tanta coisa ao longo desses anos que por vezes já nem sei mais o que é dos outros e o que é meu. Quando paro pra pensar, é difícil reconhecer necessariamente em que ponto me perdi de mim e me permiti mergulhar de cabeça nos outros. Nos desejos e necessidades dos outros.

Por vezes é difícil aceitar que das nossas virtudes também se constituem nossos maiores deslizes e excessos. Por vezes é difícil se perdoar. Todas as nossas ações têm efeitos positivos e negativos. E, às vezes, o que temos de melhor também pode ser nosso pior defeito. Cada um tem seu tempo. A vida é um constante processo. Quem disse que eu tenho que saber tudo isso agora? Quem disse que eu tenho que ser igual aos outros?

Tenha paciência com a sua caminhada. Você não precisa se comparar. Você não precisa ser o melhor em tudo sempre. Dê um passo de cada vez. Você tem seu tempo para chegar onde precisa chegar. E acredite: você está exatamente onde deveria estar. Não deixe que a ansiedade fale mais alto; não se deixe guiar pelo excesso de futuro. Viva o presente, o aqui e o agora. Se for preciso, pare. Respire. Medite. Reavalie. Sinta. Foque em você. O hoje é tudo o que importa. Não se permita se cobrar demais e se afogar em paranóias. Não deixe que os desejos dos outros determinem quem você é.

Às vezes é difícil. Comumente carregamos pesos e anseios que nem são nossos. As expectativas dos outros machucam. E, por mais que você não seja diretamente cobrado, há sempre uma demanda implícita. Há sempre um papel a se cumprir ao ocupar determinado lugar. Só não deixe que as regras te prendam. Não deixe que as rédeas digam quem você é. Permita-se ser você, dentro das suas possibilidades. Tente encontrar um equilíbrio. A vida é uma eterna escalada  ou talvez uma corda bamba . Alguns degraus são fáceis de subir. Outros, nem tanto. Alguns caminhos se fazem íngremes e dolorosos; e por vezes nos levam a crer que não somos capazes de chegar onde queremos chegar. Mas me pergunto: sou eu mesma quem quer chegar lá?

Acho que não preciso responder isso agora. Acho que não preciso ter certeza de nada além do agora. Eu não preciso ter certeza de nada. Eu posso viver um dia de cada vez. Eu posso (e devo) aceitar meus erros e acertos. Eu posso e preciso ter paciência com meu processo de criação. Que não precisa e nem deve ser igual ao dos outros. Eu preciso não me comparar. Eu preciso me aceitar dentro das minhas limitações e reconhecer meus pontos positivos.

Que na corda bamba da vida, eu seja equilíbrio.