quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Inspiração

Do meu pulso aberto jorram as palavras
Que me escorrem da mão até o chão
O que é o poeta, se não um louco?
A vida passa, a arte grita
Mas eu tenho medo, muito medo.

Os ciclos parecem não se fechar
O que era costume torna-se o maior dos estranhos
Não sei mais quem sou.

A arte, a morte, a devoção
Até onde devo ir?
Caminhos tão longos, estreitos, sem volta
Um sentimento que me bate à porta
As palavras que gritam pelos olhos e garganta
E me afogam o peito
O que vejo só a mim parece errado?
Oh, mundo, será que tens jeito?

A saudade torna tudo tão sufocante e distante
Desfigura os rostos outrora conhecidos
Rouba a graça dos lugares dantes queridos.

Me perco no meu vazio, no meu profundo, nos meus devaneios
E acho que ninguém nunca entenderá
Acalma-te, alma minha
Que tua paz há de chegar.

Escondo-me por detrás dos versos
Ah, estes que tão bem me entendem
Fiéis companheiros que nunca hão de explicação precisar.
Oh, meus estranhos rabiscos
Tão cheios de mim e tão próximos do rascunho imperfeito que sou!

Imersa em minhas loucas lacunas poéticas
O mundo real me chama
Este amor, tão verdadeiro, tão banal
Tão carne tão sonho tão nuvem tão chão
Clareia em mim o que antes era escuridão.

E longe de ti
Agrego-me ao dia-a-dia
Até que a vida decida me por de vez nos braços teus.

Agrego-me à vida como se algum dia fosse pertencer a um lugar que não os braços teus.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Narradores

A história que a gente conta é a história que a gente vive; a história que alguém já viveu. É o presente que vira passado num piscar de olhos... E o que era já não é mais. O que a gente vive a gente guarda na memória, e conta, e repassa, e revive. A vida é sempre um ciclo, as histórias se repetem. O hoje já foi ontem, e depois será será amanhã. Tempo, dono de tudo... Quão curioso e majestoso você é! Transforma tudo, como num passe de mágica, sem que a gente ao menos perceba. E seguir cada dia, e narrar cada história, e perpetuar nossas memórias, para que nada se perca. E nessas linhas, devaneios, saudades e lembranças, que o sentimento se guarde e se faça presente pela eternidade.