domingo, 1 de junho de 2014

Sobre anjos e estações de trem

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O tempo passa tão rápido que a gente nem vê. O trem da vida passa e não espera por ninguém. As estações estão sempre cheias de pessoas que às vezes nem sabem para onde querem ir. Levam consigo dores, incertezas, medos, insegurança. Escondem nos olhos e na alma o peso de carregar o próprio mundo nas costas. Os trilhos conhecem todas as histórias, todas as lutas. E mesmo exaustos, sempre levam o trem a alguma direção. Eu sei que quase nunca é fácil. Eu sei do trabalho que dá. Levantar todo dia, respirar fundo, encarar o mundo. Viajar de estação em estação. Não se deixar abalar com os obstáculos da vida. E sempre ter alguém com quem contar, porque sem esses anjos sem asas com os quais somos presenteados, fica quase impossível suportar. É verdade que esse trem nos leva aos caminhos mais diversos que podemos imaginar. É verdade também que às vezes ele demora de chegar. E a gente já cansado da espera, reclama, reclama, diz que nunca vai conseguir. É difícil demais ser forte o tempo todo. Às vezes você só quer desabar, sem ligar pro que os outros passageiros vão pensar. Às vezes você só quer desabafar, e deseja que a dor também seja passageira. À noite, quando ninguém vê, a gente encosta a cabeça no banco do trem ou da estação e chora baixinho. A gente espera que as lágrimas lavem a alma, ou ao menos aliviem toda a tensão. A gente sonha com o dia em que o trem vai nos desembarcar na estação felicidade. A gente quer deixar de lado o passado que tanto nos assombra. E os anjos, ah, esses anjos! Como eles nos conhecem tão bem... São capazes de tocar nossa alma e depositar uma sementinha de esperança. Esta, todo santo dia, ao passar por uma nova estação, recebe um pouquinho de afeto e se torna cada vez mais forte. E quando ela florescer, eu espero que se espalhe por todas as estações confortando os corações de quem tanto precisar de um tantinho de atenção.

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