sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Armadura


6b97351829d640c853a85be6875ce888-phmfg5_largePor que tem de ser sempre assim? Pessoas vêm e vão... Será que tenho cara de aeroporto, rodoviária, estação de trem ou coisa parecida? Estou cansada de chegadas e partidas. Quero alguém que, entre tantos destinos, escolha ficar. Não quero mais ser apenas um ponto de parada na vida das pessoas. Cansei da diversão. Ser passatempo não dá mais. Por acaso está escrito ‘brinquedo’ no meio da minha testa e eu ainda não percebi? Eu só queria uma segurança. Eu queria um dia acordar e saber que haveria alguém para me apoiar, alguém disposto a me ouvir, e me fazer dar risada até das piores coisas da vida. É tudo tão superficial, tão ‘estou vivendo agora e não quero lembrar-me de você depois’. Isso tudo é medo do sentimento? É medo de se deixar pertencer a alguém? Porque é isso que acontece quando você se apega. Quando você se entrega de corpo e alma, sem pensar nas consequências. Burra, por que tão irracional? Para de agir com esse coração e deixa o cérebro lhe dominar. Será que você não cansa de apanhar? E toda vez, você diz que vai ser diferente. Acha que está bem, e que, quando acabar, não vai sofrer. Mas sempre sofre, porque é idiota demais. Porque espera demais de quem não tem nada a oferecer. Não sei, mas talvez eu tenha que arranjar uma armadura melhor. Que me proteja dos sorrisos e que me livre de pessoas que vêm para depois partir. Acho que isso tudo é medo de crescer... Temo deixar para trás as regalias e os bons amigos que fiz. Afinal, o mundo é cruel, e a distância faz questão de nos arrancar aqueles a quem amamos. E eu sinto falta daqueles sorrisos sinceros, dos abraços carinhosos, das brincadeiras inocentes, do andar de mãos dadas, das bobeiras faladas sem pensar. Ah, tempo que não volta. Ah, tempo que me machuca! Leva embora essa saudade e traz de volta os bons momentos, que não aguento mais a amargura da solidão. 

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