sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Manchas

          O relógio marca uma hora. No telhado, ouço o barulho da dança dos pingos de chuva. Na mesa, a caneca com o café já frio. Nas mãos, livros, cadernos e canetas. No pensamento, ideias mil e umas. Festa, amigos, novo caso. Vestibular, vida. O soldado que nasceu errado. A essência de tudo, onde está? A vontade, a coragem, a esperança. O grito de guerra pela paz trancafiado na garganta. 
          Minha mãe se remexe na cama; meus sentimentos se remexem em meu coração. E na cabeça, tudo é um nó malfeito a ser desfeito ou refeito. Onde vou parar? Não sei. Só sei que sonho demais. O azul de minhas unhas refletem a expectativa e o cansaço em meus olhos. Que sentido faz? Não desisto. Emoções se derramam como as gotas que agora escorrem pelo vidro das janelas. Elas vêm e vão? Tudo para ou segue? Busco em algum espelho minha face que se perdeu. Ou quem sabe ainda nem a conheci. Adeus, adeus. O gole de café já mancha minha roupa. 

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