segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Open-road

Quando entrei na estrada aberta, o sentimento de gratidão tomou conta de mim. O sol tocando a minha pele, o vento no meu rosto, a paz. Por um momento, esqueci-me de todo e qualquer problema que me atormentava. Senti vontade de agradecer por todo o bem que me aconteceu ao longo desse ano. Os obstáculos que enfrentei, os desafios que venci, as vezes em que fui posta à minha própria prova. Encarei de frente meus medos, anseios e rancores. Pus-me a falar sobre o que me afligia. Me vi ali, confrontando meu eu, de frente pro espelho. Me peguei rasgando certezas, desconstruindo e reconstruindo saberes. Me refazendo. Reavaliar tem sido a palavra da vez.

Mas sei que ainda existem falhas; o caminho é longo. Sei que ainda tenho muito a aprender. Sei que o muro que me prende ainda está ruindo. Sei que a autoconsciência que me guia e me mantém de pé é a mesma que me sufoca e me cega. Sei que preciso me doar mais. Preciso me deixar ser acessada. Preciso deixar curar as feridas do passado que ainda permanecem abertas e ninguém entende. Preciso aceitar, com coragem e perseverança, a nova vida que me espera. Preciso me permitir crescer. E sei que nesse processo terei de enfrentar dores, angústias, partidas, despedidas, recomeços, a solidão. 

Mas a estrada tem se mostrado acolhedora, ainda que eu demore a ver. A estrada é minha amiga. Sei que preciso ter fé em mim. Sei que não estou sozinha. Não me rendo. Persisto. Dias melhores virão

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