Tantos lugares outrora casa, hoje
pertenço a nenhum lugar. Escolhi pessoa como morada, onde estiver há de ser meu
lar. O tédio, os dias, a vida escorrem-me por entre os dedos. Olhos quase
cegos, já tão cansados de ver e chorar. O tempo corre, parei no meio do
caminho. Ainda não sei se o certo é ir ou ficar. E rezo para que tudo fique
bem, para que algo seja suficiente. Para que o que restou não se vá também.
Enquanto o céu, antes tão corado, agora se revela tão triste e só. Mas a lua
prometeu me guiar, prometeu me levar seu clarão por onde eu andar. E quando aporto
nos seus braços, paraíso meu encontro; nada mais me aflige, só o que sinto
somos nós. Nós nos entrelaçando, virando laço, virando nó, escritos na
eternidade como um só.
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